quinta-feira, 9 de abril de 2009

Funasa envia médicos às aldeias que registraram 21 mortes este ano em Campinápolis

Por: Aguaboanews

Equipe de Mato Grosso do Sul vai investigar mortes e apontar soluções nas aldeias.
A morte de 21 índios da etnia Xavante, a maioria de crianças, nos três primeiros meses deste ano revelada por uma reportagem do site da TV Centro América despertou a atenção de autoridades para um conjunto de medidas a serem realizadas nas aldeias para minimizar o alto índice de mortalidade.
Em nota à imprensa, a Fundação Nacional do Índio (Funasa) informou o envio de uma equipe multidisciplinar de Saúde para o município de Campinápolis (distante a 658 quilômetros de Cuiabá), onde se registrou o maior número de mortes.
No local, o grupo composto por nove profissionais, sendo três técnicos em saúde, dois médicos, duas enfermeiras e duas nutricionistas prestará ações ligadas à prevenção e atendimento à saúde por 20 dias às comunidades Xavantes que conta atualmente com uma população de 5,4 mil indivíduos em Mato Grosso.
No Estado, a área ocupada pelos Xavantes é superior a 1, 3 milhão de hectare, um território maior do que muitos Estados do país. A equipe, oriunda de Mato Grosso do Sul, também irá investigar o motivo das mortes, os problemas no atendimento médico, além de apontar soluções para minimizar danos à saúde dos indígenas.
Entenda o caso
A Casa de Assistência do Índio registrou nos primeiros três meses desse ano 21 mortes. A maioria é de crianças. Em uma aldeia, uma menina morreu depois de ser picada por uma cobra. Os índios dizem que a Funasa não mandou carro para prestar socorro. "Por falta de assistência, por falta de responsabilidade, a criança acabou falecendo", diz Zacarias Ajawe, índio xavante.
Os xavantes denunciaram que também faltam medicamentos. "Não tem medicação, anti-inflamatório, nós não temos também", aponta o índio. Para atender mais de uma centena de aldeias, a Funasa tem apenas uma caminhonete. "Como a gente pode observar, na demora do atendimento, alguns óbitos poderiam ter sido evitados e se fosse removido a tempo para ser atendido aqui", observa Andréa Pontes, chefe da Casa de Saúde Indígena.
Na Casa de assistência, localizada até 100 quilômetros das aldeias, ficam os pacientes em recuperação. Mas o prédio tem infiltração nas paredes e faltam camas e colchões. A Funasa informou, por meio de nota, que tem enviado remédio para as aldeias e esta semana entregou cinco caminhonetes para o transporte dos doentes.
O Ministério Público federal (MPF) abriu uma investigação para apurar as mortes. "Nós vamos fazer um diagnóstico e tomar as medidas judiciais cabíveis. Nós temos que responsabilizar, cobrar e fazer com que o sistema funcione", afirmou Mário Lúcio Avelar, procurador da República. (TVCA)

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