Escrito por RDN
25 Outubro 2009
Wilson Santos, virtual candidato do PSDB a governador, recebeu na semana passada a visita de Júlio Campos na Governança Integrada, no bairro Poção, onde costuma se reunir todas as segundas-feiras com seu secretariado para discutir questões internas, "lavar roupa suja" e definir projetos e ações. Santos e Júlio, adversários ferrenhos do passado, conversaram por mais de uma hora. Júlio estava acompanhado do ex-prefeito de Colíder Jaime Marques, o Jaiminho, de quem é aliado há vários anos.
O ex-governador estava ali como espécie de porta-voz do irmão, o senador Jayme Campos, pré-candidato do DEM à sucessão estadual. Júlio perguntou ao tucano sobre o projeto majoritário visando ao pleito de 2010. Santos deixou claro que será candidato a governador com ou sem apoio do DEM e chegou a usar o termo "pra ganhar ou pra perder". Ele analisou que não está importando com desgaste que vem enfrentando no Palácio Alencastro porque sendo ou não candidato essa situação de crise política em torno da administração deve perdurar. Júlio resolveu, então cutucá-lo. Disse a Santos que este precisaria se dedicar ao menos pelos próximos seis meses a resgatar a imagem porque está com a credibilidade perdida junto ao empesariado por não cumprir acordos e que, pelo visto, o entendimento que este havia feito com Jayme seria mais um a não ser honrado.
Júlio levou o recado para o irmão. Jayme ficou irritado com o tal despreendimento do prefeito tucano e ex-adversário político, pois ambos tinham feito pré-acordo, segundo o qual o melhor nome nas pesquisas de intenção de voto a serem feitas no início de 2010 seria o candidato ao Palácio Paiaguás. Nesse caso, o que ficasse em desvantagem daria respaldo à candidatura, repetindo em Mato Grosso a velha aliança nacional PSDB-DEM.
Com o posicionamento de Santos, Jayme passou a intensificar seu projeto de concorrer de novo ao governo. Por enquanto, ele "atira" para todos os lados. Ao mesmo tempo que afirma que a pré-candidatura é um caminho sem volta, mantém diálogo com o peemedebista Silval Barbosa, pré-candidato à sucessão estadual com apoio do governador Blairo Maggi, e ainda não perdeu totalmente de vista o tucano Santos, mesmo diante das dificuldades de se "amarrar" alianças.
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