terça-feira, 27 de outubro de 2009

Posto de pedágio dos índios será construído em 2010

Campinapolis News
Fonte: Rd News
Por Patricia Sanches
27-Out-2009


Acampamento e posto de pedágio improvisado na MT 235, Rodovia dos Índios, que liga Juína a Sapezal
Fotos: Patrícia Sanches

Até o início do próximo ano deve ser instalado oficialmente o posto de pedágio dos índios das etnias Parecis e Enenauênaue, que moram em mais de 60 aldeias numa reserva indígena de 1,4 milhão de hectares na região de Sapezal. “Eu acho mais do que justo que os índios continuem a cobrar o pedágio. Vamos construir o posto nos próximos meses”, conta o governador Blairo Maggi.

Apesar do pedágio ser cobrado desde 1985 pelos próprios índios, até hoje o recolhimento dos valores não foi oficializado e não existe uma cabine de pedágio. Eles improvisaram apenas uma espécie de barraca para se proteger do sol e, assim, poder cobrar o dinheiro que é rateado entre as aldeias. “Nós utilizamos esses recursos para comprar alimentos e manter a aldeia. A vinda da rodovia deve aumentar o fluxo de carros, mas esperamos que o asfalto seja usado da maneira correta”, diz o representante do Conselho de Saúde dos índios Parecis, Nedina Maizokiê.

Mensalmente são arrecadados cerca de R$ 60 mil com a cobrança à beira da rodovia. A maioria dos motoristas, acostumados ao ritual, param e efetuam o pagamento. “Alguns passam direto e não respeitam”, conta Valdomir Nezukenatte, um dos índios de plantão no posto improvisado. Os preços cobrados são de R$ 10 para motos, R$ 20 para carros de passeio e R$ 30 para caminhonetes e caminhões. “Os valores devem cair com a construção do posto”, avalia Valdomir. O dinheiro será encaminhado para um Fundo da Funai, que após a apresentação de projetos para a melhoria das aldeias, devolverá os recursos para os índios.

Como as aldeias ficam distantes da rodovia MT 235, onde foi inaugurado neste final de semana nova pavimentação asfaltica entre Campo Novo dos Parecis e Sapezal, os índios se revezam no posto improvisado. “Estamos aqui há vários dias. Ficamos em um acampamento improvisado e depois voltamos para a aldeia”, conta Rebeca Naizakairo. (Patrícia Sanches)

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