sexta-feira, 24 de abril de 2009

“De olho” em uma vaga ao Senado, Serys lança Silval Barbosa ao Governo

Nem Carlos Bezerra (PMDB), nem Blairo Maggi (PR) e muito menos José Geraldo Riva (PP). Nenhum dos três caciques da política mato-grossense foi ousado o bastante para lançar algum nome para as eleições de 2010.
Em discurso durante o encontro do PMDB, na sede da Fimtec, a senadora petista Serys Marli roubou a cena e lançou o nome do vice-governador Silval Barbosa (PMDB) ao Governo do Estado. “Estamos tentando conversar com todos os partidos da base aliada do governo Lula e Maggi, para que esse arco de alianças continue. É importante que PT, PR, PMDB e PP continuem juntos. Já temos um nome. Silval Barbosa, que é um político muito experiente”, disparou Serys.
A senadora se antecipou no lançamento da candidatura, “esquecendo-se” de possíveis nomes das outras legendas da base aliada, pois a petista foi a única a fazer uma definição. Até o momento todos os líderes dos partidos em Mato Grosso tem preferido a cautela em relação ao lançamento de nomes. Serys estaria quebrando um protocolo, mas sua ação durante o encontro dos peemedebistas pode ter sido um verdadeiro “golpe de mestre”. Serys não nega a ninguém que o seu projeto é a reeleição. Mas nem mesmo dentro do PT ele consegue ser uma unanimidade. O Partido dos Trabalhadores é dividido em correntes. Aqui em Mato Grosso, a ameaça de Serys tem nome e grupo definido. Carlos Abicalil, da corrente Unidade na Luta, vem trabalhando para se lançar ao Senado, fato que deve estar perturbando Serys.
Ao lançar o nome de Silval, a senadora petista manda uma espécie de recado ao correligionário, um alerta à Abicalil. Serys lança Barbosa, consegue o apoio do vice-governador e mostra força nessa briga dentro do PT para se a candidata do partido no ano que vem. O problema é que a petista acabou deixando de lado importantes nomes que podem surgir no processo eleitoral. O cacique progressista, José Riva, se posicionou veementemente contra o lançamento de nomes. Riva elogiou Silval, lembrou dos tempos em que dividiram a mesa diretora da Assembléia Legislativa, mas não concorda com o pré-lançamento de nomes nesse momento.
“Não é o momento ideal para se lançar nomes. Primeiro temos que discutir a unidade dos partidos da base aliada, discutir um projeto para Mato Grosso. Não podemos lançar nomes nesse momento. Isso seria jogar um nome na boca do leão”, metaforizou o deputado. E o progressista tem razão. Um bom exemplo foi o que aconteceu com a então forte candidatura do diretor geral do Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, que teve seu nome lançado, começou a sair às ruas e acabou naufragando.

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