quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Vereador denuncia prefeito por perseguição política

Fonte: OD
Por Ronaldo Couto
16-Dez-2009
O prefeito de Barra do Garças, Wanderlei Farias (PR), e o vereadorMiguel Moreira da Silva (PTB), ex-aliados políticos, travaram um novo embate nos bastidores. Miguelão, como é mais conhecido o parlamentar, acusa o republicano de perseguição política por desapropriar uma quadra com 28 lotes, no bairro Nova Barra, pertencentes ao petebista.

Para Miguelão, a decisão do prefeito é para intimidá-lo e “triturar” a oposição na Câmara Municipal que é feita apenas por dois vereadores, pois oito pertencem à bancada situacionista.

"Ele primeiro me denunciou na delegacia e agora quer tomar até o que é meu. Hoje ele tá tomando essa quadra de lotes, amanhã ele vai querer minha casa também", frisou. O vereador acredita que, mesmo pequena, a oposição tem dado trabalho ao prefeito e tem tirado o sono do chefe do Executivo municipal...

O prefeito Wanderlei Farias pretende usar o terreno desapropriado para a construção de 138 casas populares e ainda deve indenizar o vereador. No decreto assinado pelo republicano consta uma indenização de R$ 13 mil que deverão ser depositados na Justiça.

A queixa do vereador é referente ao valor proposto pela Prefeitura. Segundo ele, é inferior ao que foi pago pelos lotes, além disso, o parlamentar alega que não há  justificativa para a ocupação das terras, já que existem muitas outras quadras no mesmo setor da cidade. Para comprar a quadra, o vereador petebista explicou que deu um carro ano 2003 como entrada e financiou o restante pelo Banco da Amazônia (Basa) em 24 meses, empréstimo este que será concluído em 2010.

De acordo com o decreto, a Prefeitura deve notificá-lo nos próximos dias e encaminhar o processo de desapropriação à Justiça, Miguelão avisou que deverá recorrer da decisão e se defenderá na Justiça.

Outros casos

A briga entre o prefeito e opositores já é antiga e não é a primeira vez que Wanderlei Farias entra na Justiça contra um vereador da oposição. No mês de junho, o republicano denunciou, por meio da Procuradoria do Município, o vereador Odorico Cardoso (PT), o Kiko, por obter documentos sigilosos dentro da Secretaria Municipal de Saúde.

De acordo com o vereador petebista, Kiko chegou a ser interrogado na delegacia com a intenção de ser intimidado. Mais recentemente, o prefeito acusou Miguelão de formação de quadrilha e de fornecer notas frias para a gestão passada (de Zózimo Chaparral).

Na opinião de Miguelão, as ações judiciais retratam o nervosismo do prefeito com a oposição por mostrar os desmandos da administração municipal que apesar de algumas obras na cidade, enfrenta o desgaste com relação ao aumento abusivo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) com oscilações de 400% a 2.300%, além da volta da Contribuição de Iluminação Pública (CIP), que o próprio prefeito havia derrubado na gestão passada, e os surtos de dengue e leishmaniose.

A desapropriação dos lotes de Miguelão e a acusação contra o vereador podem ser uma resposta ao requerimento feito pelo parlamentar pelo pagamento do 14º salário do funcionalismo municipal, relembrando uma medida intempestiva de Farias em 2004, quando estava saindo.

A briga entre Miguelão e Farias começou na campanha para prefeito em 2000, quando o vereador disputou o cargo de prefeito contra Zózimo Chaparral (PC do B). Segundo o parlamentar, Wanderlei Farias teria esvaziado a campanha dele para beneficiar a vitória de Chaparral contra o ex-prefeito Wilmar Peres, já falecido.

0 comentários:

PUBLICIDADES/ EVENTOS

PUBLICIDADES/ EVENTOS