segunda-feira, 11 de maio de 2009

Jovens avisam que vão suicidar pelo Orkut

NxNoticia/Janio Gomes
11-Mai-2009

É sempre assim: depois que a pessoa se mata, ficam evidentes as pistas do que estava planejando: uma foto, um desabafo, um gesto, um olhar. Ocorre que agora, em muitos casos, essas pistas estão ao alcance não só dos mais próximos, dos parentes, mas, em tese, de todo mundo. Estão no Orkut.

O caso recente foi em Água Boa, mas o jovem de não deixou nenhum recado pelo orkut, já outros casos recentes é o da Patrícia. Em seu álbum no Orkut, ela aparece em várias fotos brincando com dois revólveres que parecem ser de verdade. Em uma foto, ela está com uma arma apontada para a própria cabeça. A legenda é: “Eu queria morreeeeeeeeeeeeeerrrrrrrrrr depois da festa!!!!” Patrícia, 28, era casada e tinha um filho de 5 anos. Ela se matou com um tiro no peito. Estava inscrita na comunidade “Não Tenho Medo de Morrer”.

Há dezenas de casos.

Giuliana aparentava ter mais de 20 anos, embora informasse que tinha 15. Em sua página no Orkut, ela diz sentir-se muito mal e que estava guardando os “pulsos pro final, [para] a saída de emergência”. Mas preferiu ser radical: deu um tiro na boca.

Marcelo, 32, era um roqueiro e tinha uma banda que fazia cover da Guns N’ Roses. Em seu profile, escreveu que viver é uma poesia, mas, ao final, se despediu dos integrantes da banda. Ele se matou por enforcamento.

Mario, 48, tinha se descasado havia pouco tempo. Parecia feliz. Deu até uma festa de despedida de casado que teve a presença de sua ex-mulher. Em seu profile, ele avisa: “Meninas, agora voltei à vida de solteiro”. Mas em seu álbum há uma foto onde ele aparece com seu filho e filha cuja legenda revela sua intenção: “Esta é a minha família.

Talvez seja uma das últimas fotos de todos juntos”. Não há informação sobre como ele se matou.André, 23, disse: “É tão bom morrer de amor e continuar vivendo...” Ele se jogou do 12º andar.

Nicholas, 22, escreveu ser muito duro consigo mesmo e que costumava “ter pensamentos negativos quando sozinho”. Também se matou.

José, 35, escreveu na página de recados de uma de suas duas filhas: “Foi bom quanto durou”. E se dependurou em uma corda amarrada em um caibro do telhado.

Na maioria dos casos, são jovens que se matam por causa de rejeição amorosa em consequência por vezes de traição ou por um amor não-correspondido. Eles não sabiam que “o suicídio é um ato inútil e insensato; destrói arbitrariamente o fenômeno individual, enquanto a coisa em si permanece intacta”, como escreveu o filósofo Schopenhauer, que era, veja só, um pessimista, mas não estúpido.

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