segunda-feira, 27 de julho de 2009

SOB CRISE, 3 FRIGORÍFICOS CONTINUAM FECHADOS NO ARAGUAIA

Campinapolis News
Por Ronaldo Couto
27-Julho-2009

Com impacto da crise mundial, aliada à inadimplência fiscal, três grandes frigoríficos no Araguaia permanecem fechados e sem perspectiva de voltarem a funcionar, causando mais 1,4 mil demissões. Em Vila Rica, os trabalhadores se uniram aos fazendeiros para protestar contra a falta de pagamento da unidade Quatro Marcos. Em Nova Xavantina, o grupo Independência que ainda tocava frigorífico em Confresa e Pontes Lacerda, fechou e carregou os equipamentos da unidade, provocando desemprego de 500 pessoas. De acordo com o vereador por Nova Xavantina, José Antunes Hernandes (PP), o grupo Independência alugava a unidade do grupo IFC de São Paulo, que agora recuperou os equipamentos e está formalizando uma parceria com o grupo Mataboi, de Rondonópolis, para reabrir a unidade. “Nós precisamos desse frigorífico aberto porque ele representa 30% do giro da economia do município”, enfatiza o parlamentar.

O frigorífico de Nova Xavantina chegou a funcionar 11 meses. Abatia, em média, 1.200 bois diariamente. Em Barra do Garças, a unidade do frigorífico Margem fechou em maio, causando 480 demissões. Está programado para quinta (30) uma assembleia-geral do Grupo Margem, que tem outras unidades fechadas, para decidir se continua ou pede concordata. Semana passada, a direção do frigorífico em Barra começou a pagar os direitos trabalhistas de 198 funcionários. Restam multa e FGTS. A maioria teme que a unidade não volte mais a funcionar.

O deputado Adalto de Freitas, o Daltinho (PMDB), que faz parte da Comissão de Agricultura, Indústria e Comércio da Assembleia Legislativa, auxilia nas negociações, assim como o governador Blairo Maggi, que baixou um decreto em maio reduzindo o ICMS na saída de boi em pé para abate na fronteira com Goiás, com intuito de ajudar os frigoríficos do Araguaia. Apesar disso, pelo jeito, a situação financeira continua difícil. “Nós estamos preocupados com essa situação e vamos procurar novamente o governador e buscar quem sabe uma linha de crédito para socorrer esse segmento”, diz Daltinho. O decreto venceu em junho, mas o seu efeito foi prorrogado e continua em vigor.

Bomba

O mesmo grupo Margem que fechou sua unidade frigorífica de bovinos está com uma bomba na mão. Em 2007, o grupo adquiriu o espólio do frigorífico Avico, de abate de aves, cuja construção começou há 12 anos com recursos subsidiados pela antiga Sudam, atual Agência de Desenvolvimento da Amazônia, algo em torno de R$ 43 milhões. A sede em Barra do Garças do Margem tem apenas os prédios. Os maquinários e os 12 galpões aviários em Vale dos Sonhos estão apodrecendo no meio do mato.

A prefeitura cedeu terreno e terraplanagem e ainda R$ 1,5 milhão de contrapartida. Dentro do frigorifico, funcionários que estão sem receber disseram que existe placa de inauguração e alguns objetos já enferrujados. E o que é pior: nenhuma autoridade estadual ou municipal toma providência contra o desperdício de dinheiro público, assim como o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da União.

0 comentários:

PUBLICIDADES/ EVENTOS

PUBLICIDADES/ EVENTOS