domingo, 22 de novembro de 2009

Anulado o maior concurso público do Estado de MT

Fonte: Noticias Nx
Escrito por RDN - OD - Só Notícias - Redação NotíciasNX
22-Nov-2009

Mesmo com a resistência do secretário estadual de Administração Geraldo de Vitto de anunciar oficialmente o cancelamento daquele que seria o maior concurso público do país, fiscais e coordenadores dispensaram os candidatos, em meio a tumulto generalizado. Eles anunciaram que o concurso, ao menos para aqueles que foram convocados a fazer as provas no período matutino, está cancelado. Resta a expectativa agora para os demais que estão inscritos à tarde. A tendência é da Universidade do Estado (Unemat), com sede em Cáceres e responsável pelo concurso, comunicar o cancelamento geral. Foram inscritos nada menos que 274 mil pessoas para disputa de 10.086 vagas de servidores do Estado. As provas deveriam ocorrer neste domingo.

Pelo edital, os portões deveriam ser fechados às 8 horas. A maior confusão se deu porque houve mudança de locais das provas. Candidatos que deveriam comparecer à escola estadual Professor Honório Rodrigues de Amorim, no Cristo Rei, em Várzea Grande, por exemplo, foram remanejados de última hora para a Unirondon, em Cuiabá. A partir da meia-hora de atraso para início das provas, os candidatos já começaram a ficar apreensivos. Irritados, uns saíram e se aglomeraram nos corredores. Os fiscais se viram acuados e pressionados a dar explicações. Volta-e-meia aparecia um coordenador para dizer que "logo as provas iriam começar" e que "só estavam resolvendo problemas de acomodação daqueles que tinham sido trocados de locais".

Duas horas depois, veio a notícia do cancelamento. Os inscritos gritaram "cancela, cancela..." e também vaiaram, em sinal de protesto. Na Unirondon, candidatos que estavam nas salas do bloco C iniciaram as provas, mas, sob protesto dos demais, se viram impedidos de continuar. Houve tumulto dentro e fora da instituição. Candidatos jogaram provas pela janela. A bagunça foi tanta que as regras do edital proibindo, por exemplo, uso de aparelho celular, de óculos de sol e bonés, foram ignoradas pelos fiscais logo na entrada nas salas.

O cancelamento do concurso representa um atestado de incompetência da Unemat. O respingo negativo desse processo recai sobre os ombros do secretário estadual de Administração, Geraldo de Vitto, que estava à frente do processo, do reitor da Unemat Taisir Karim e no governo Blairo Maggi. Aquele que entraria para o livro dos recordes brasileiros, o RankBrasil, como maior concurso público do Brasil em número de vagas oferecidas, se transforma num fiasco e com prejuízos a milhares de pessoas. (Romilson Dourado)

(Às 12h25) - Secretário convoca a imprensa para anunciar cancelamento do concurso
Depois de duas horas de reunião com o comitê gestor, o secretário estadual de Administração Geraldo de Vitto percebeu a gravidade das falhas e vai anunciar, em entrevista coletiva, às 14h, no Palácio Paiaguás, o cancelamento do concurso público. Ele pontuará os problemas e deve anunciar uma nova data das provas. A tendência é da Unemat, responsável pelo concurso, devolver dinheiro àquelas pessoas quem não queiram mais participar do processo seletivo.

Em princípio, Geraldo Vitto, na reunião deste domingo com representantes das Polícias Federal, Civil e Militar, do Gaeco, Unemat e da pasta da Administração, apresentou resistência à ideia de cancelamento. Muitos candidatos registram boletim de ocorrências na polícia. O mais grave foi a constatação de que provas que deveriam ser distribuídas em salas no período vespertino já estavam em poder de centenas de pessoas logo pela manhã, uma falha criminosa. As maiores confusões foram registradas em Rondonópolis e em dois estabelecimentos em Cuiabá reservados para receber os candidatos, na Unic e na Unirondon.

(Às 14h41) - Governador anuncia novo concurso para já e culpa a Unemat
O governador Blairo Maggi disse neste domingo, em entrevista que, assim que recebeu telefonema do secretário Geraldo de Vitto, comunicando sobre a confusão e desorganização por parte da Unemat, sob o reitor Taisir Karim, daquele que seria o maior concurso público do país, sugeriu, de imediato, que anunciasse o cancelamento oficial. Foi a partir daí que Vitto, até então resistente à ideia, reuniu o comitê gestor e comunicou a suspensão do concurso. Em seguida, convocou entrevista coletiva, que começou às 14h15, no Palácio Paiaguás.

Maggi esta visitando alguns municípios no Médio-Norte. Neste domingo, às 14h, quando falou com RDNews, ele se encontrava em Sapezal. Do município fundado pelo sua família, ele retorna direto para Cuiabá. Vai cobrar explicações. O governador observa que a responsabilidade pelo concurso é da Universidade do Estado (Unemat). Se mostra preocupado com a repercussão negativa. "É duro porque a gente optou por uma instituição de Mato Grosso, até para evitar que todo esse dinheiro (pago para as inscrições) fosse para outro Estado". O mais grave, diz Maggi, são as denúncias de que as provas vazaram antes. "Sugeri o cancelamento de imediato, não pode acontecer uma coisa dessa".

Blairo Maggi disse que, mesmo com tanto transtorno e confusão, é preciso agir rápido para repor o concurso, ou seja, convocar um novo processo seletivo o mais rápido possível. Assegura que não haverá prejuízos aqueles que fizeram inscrição. Disse também que exige procedimentos e investigações para culpar responsáveis pelas falhas e irregularidades. A Polícia Civil vai abrir inquérito para apurar responsabilidades. "Vamos detectar onde estão os erros e punir os culpados".

O governador enfatiza que é preciso convocar novo concurso para os próximos dias porque. Pondera que 2010 é ano eleitoral e existe prazo para convocar e nomear os aprovados. Nesse caso, o tempo só se estenderia até 4 de abril, já que a legislação proíbe contratação de servidores durante os seis meses que antecedem às eleições, que acontecem em outubro do próximo ano. Observa que existem vagas em abertos para cargos de profissionais que, antes de começarem a atuar, precisam passar por formação.

(Às 16h50) - Unemat assume falhas que ocasioram suspensão do concurso do Estado
"O cancelamento das provas do concurso é para manter a lisura do processo para que o concurso não sofra questionamentos posteriores, sempre primando pela transparência", afirmou o secretário de Administração, Geraldo de Vitto Jr, ao anunciar o cancelamento das provas do "maior concurso público" que começaram a ser aplicadas pela manhã e nem prosseguiram, à tarde, devido ao atraso na distribuição de provas e algumas que deveriam ser feitas no período vespertino foram distribuídas pela manhã.

"Os problemas que nós tivemos foi de logística quanto a distribuição das provas. Não houve fraude em momento algum. Tivemos provas entregues de forma errada, talvez por falta de orientação dos fiscais, mas não houve fraude", garantiu, em entrevista coletiva, agora há pouco.

O reitor da Unemat, Taisir Karim, completou afirmando que todos os malotes de provas estavam lacrados e que foram acompanhados por policiais militares até o local das provas. "Não tivemos problemas de lacres rompidos fora dos locais das provas. Não seria possível, após o tumulto ocorrido na manhã de hoje em uma universidade pública e outras denúncias, continuar com as provas", lembrou De Vitto. O cancelamento, decidido por volta do meio-dia, foi autorizado pelo governador Blairo Maggi.

O reitor da Unemat, Taisir Karim, salientou que a questão de logística está sob a responsabilidade da Unemat e, portanto, a instituição arcará com todo o ônus criado devido a situação. "Essa era a nossa responsabilidade e não podemos fugir dela. Tenho plena convicção de que temos capacidade para realizar o concurso e agora, veremos onde os erros ocorreram e vamos consertá-los".
A nova data do concurso público deverá ser anunciada até a próxima quarta-feira. A expectativa do secretário Geraldo de Vitto é de que as provas ocorram ainda este ano, para cumprir o calendário eleitoral.

(Às 17h35) - Blairo Maggi afirma que responsáveis serão punidos



Mostrando-se preocupado com as falhas ocorridas na organização do concurso público, o governador Blairo Maggi afirmou que já mandou apurar todos os detalhes, falhas e seus respectivos responsáveis.

"A Polícia Civil, o Gaeco e outros órgãos já estão investigando o que de fato aconteceu. Queremos identificar os culpados e puni-los", disse.

Maggi afirmou que pretende organizar uma "força-tarefa" para que seja possível a realização de novas provas e a contratação dos aprovados até abril do ano que vem. Em função do calendário eleitoral, esse é o prazo máximo que o Estado tem para contratar novos servidores.

"Também tenho muitas dúvidas, não sei se será preciso um novo edital e em quanto tempo podemos convocar novas provas. Estou fora de Cuiabá e amanhã poderei prestar todos os esclarecimentos à sociedade", afirmou.

"Enorme prejuízo"

Maggi classificou o cancelamento das provas como grave. "É uma situação complicada, porque estamos lidando com milhares de cidadãos que se preparou, pagou inscrições, se locomoveu de outros Estados... É, no mínimo, um enorme prejuízo para todo mundo", afirmou.

Ele reiterou que o governo fará todo o possível para que os inscritos tenham seus direitos garantidos e sejam ressarcidos.

O governador procurou não "culpar" a Unemat e também disse estranhar os fatos ocorridos, uma vez que a instituição já organizou e realizou outros concursos para o governo do Estado, como o da Polícia Militar.

"A Unemat tem experiência prática desse tipo de concurso. Não sabemos o que de fato aconteceu e esperamos ter uma resposta rápida para podermos explicar à sociedade", afirmou.

(Às 18h00) - Quem se sentir lesado pode acionar a Justiça, diz secretário



O secretário de Administração, Geraldo de Vitto, anunciou o cancelamento das provas do que deveria ser o maior concurso público do país e afirmou que, apesar dos boletins de ocorrência registrados em diversas delegacias da Capital e das reclamações de milhares de candidatos, os "poucos" problemas que existiram foram registrados somente na Unirondon. "Decidimos cancelar as provas para manter a lisura do concurso. O único local em que houveram problemas, talvez causados pela ansiedade dos candidatos, foi realmente na Unirondon. Em Rondonópolis, por exemplo, as pessoas foram civilizadas e esperaram que os fiscais arrumassem tudo", disse De Vitto. Ele afirmou que a nova data para o concurso deve ser anunciada na próxima terça (24) ou quarta (25).

O secretário garante que aqueles que se sentirem prejudicados e preferirem não fazer a prova na nova data que será divulgada, pode acionar a Justiça e pedir o dinheiro de volta. "Isso também serve para quem entendeu que teve prejuízos com o cancelamento de hoje. Acionem a Justiça e procurem seus direitos", diz De Vitto.

O reitor da Unemat, Taisir Karim, se responsabilizou pelo fiasco que foi a realização da primeira etapa do concurso do Estado. Segundo ele, houve erros de logística por culpa da Unemat. "Os fiscais e coordenadores não souberam informar aos candidatos sobre os locais adequados. Por isso, resolvemos que tudo será feito novamente". A Unemat já desembolsou R$ 5 milhões para a realização das provas neste domingo (22) e, agora, deve gastar mais R$ 5 milhões para que o processo seja refeito.

Taisir explica que os malotes com as provas foram escoltados de Cáceres até Cuiabá e que se houve qualquer tipo de violação nas provas, aconteceu após a entrega para os fiscais. Mesmo assim, ele garante que os profissionais que trabalharam neste domingo vão receber o pagamento normalmente, como havia sido combinado com antecedência. O Estado arrecadou R$ 8 milhões com o concurso. (Flávia Borges)

(Às 18h30) - Novas provas do “concursão” ainda este ano; prejuízo de R$ 5 milhões

Palavra do secretário de Administração, Geraldo de Vitto: as provas do concurso público do Estado para o preenchimento de 10.082 vagas disponibilizadas pelo Governo serão realizadas ainda este ano. A data deverá ser anunciada entre terça e quarta-feira pela organizadora do certame, a Universidade de Mato Grosso. De Vitto anunciou a decisão após se reunir com o reitor Taisir Karim. Na nova rodada de provas, o Estado gastará mais R$ 5 milhões – que é o valor do prejuízo com o cancelamento da edição realizada neste domingo por causa de diversas falhas.

O valor do prejuízo aos cofres do Estado poderá aumentar dependendo dos que reclamarem perdas financeiras, com gastos de deslocamentos, inclusive de outros estados. De acordo com dados da própria Secretaria de Administração, dos 274 mil inscritos, pelo menos 13 mil candidatos são oriundos de outros estados brasileiros e até mesmo de outros países, como Japão e Inglaterra. A grande maioria, 95% ou seja, cerca de 260 mil, são de Mato Grosso.

Sobre o surgimento de envelopes rasgados e provas sem lacre, Taisir Karim, foi enfático. Ele disse que todo o material a ser aplicado no concurso foi conduzido de Cáceres para Cuiabá sob escolta e segurança da Polícia Militar. As provas ficaram guardadas na sede do Correios, em Várzea Grande. “Se houve essa situação - ele disse – ou foi algum professor ou o próprio candidato”. Um estudante foi detido e levado para o Centro Integrado de Segurança e Cidadania do bairro Verdão. Ele saiu com a prova e distribuiu xerox na porta da Universidade de Cuiabá (Unic).

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