quarta-feira, 7 de outubro de 2009

em cuiabá; Juca do Guaraná vira vereador; Levi já sai de licença na 3ª

Campinapolis News
Por Romilson Dourado
07-Out-2009

Aos 61 anos, o empresário semi-alfabetizado José Maria Barbosa, o Juca do Guaraná, vai viver o sonho de ser vereador por Cuiabá. Ele entrou numa articulação pesada com o titular Levi Pires de Andrade, o Leve Levi, e com o primeiro-suplente Marcus Fabrício, até convencê-los a abrir-lhe a oportunidade de estreia como vereador. Levi concordou com a proposta. Será um trunfo para não votar contra o relatório da Comissão Processante que, pelo visto, pedirá a cassação do mandato do vereador Lutero Ponce (PMDB), ex-presidente da Câmara (2007/2008) e acusado de promover rombo milionário ao erário.

Reeleito no ano passado com 4.327 votos, Levi, evangélico e professor do Cefet (antiga Escola Técnica Federal de Cuiabá), já decidiu que na próxima terça (13) protocola o seu pedido de licença da cadeira de parlamentar por quatro meses. Para não perder direito à suplência, Fabrício vai assumir o cargo por apenas 24 horas. Em seguida, renuncia ao posto. Há uma negociação na surdina para saber quem ficará, de fato, com os quase R$ 10 mil mensais de salário durante o período de afastamento do titular. De direito, seria quem ocupar a vaga, no caso Juca do Guaraná. Fabrício, que teve 3.524 votos, a mesma votação de Deucimar Silva, que ficou com a cadeira por ser o mais velho, esteve reunido com o empresário nesta terça. Ambos acertaram detalhes sobre salário e quadro de assessores. O acordo está praticamente fechado. Levi e os suplentes fizeram um pacto para a notícia não "vazar" para a imprensa antes do seu pedido oficial de afastamento junto à Mesa Diretora.

Assim que Fabrício for empossado e renunciar ao posto, entra em cena Juca do Guaraná, que teve 2.658 votos. Juca é mato-grossense de Santo Antônio de Leverger, mas mora há várias décadas no bairro Pedregal, em Cuiabá. Seu sonho é ser vereador. Trata-se de uma figura folclórica, um empresário que gosta de explorar o jeito simples de ser e que não desgruda do chapelão. Dono da Juca do Guaraná Transportes, ele ganha popularidade e clientela em época de campanha eleitoral, com promoções na venda de materiais para construção, principalmente areia. Seu sotaque cuiabano carregado chama atenção. Ele tem dificuldades de oratória e de concatenar as ideias. Vai chegar à Câmara Municipal já disposto a votar para salvar o mandato de Lutero.

Com R$ 3 milhões em bens declarados, Juca possui uma fazenda de 650 hectares em Santo Antonio do Leverger e uma área urbana de 130 ha no Pedra 90, na Capital, além de outros imóveis e até apólice de R$ 1 milhão no Tesouro do Estado de Minas Gerais. Ele chegou a entrar na disputa por vaga de senador e, já na reta final, teve registro impugnado. Juca é pai de Nicássio Barbosa, que se envolveu num escândalo e crime que repercute até hoje. Em 2000, o então primeiro-suplente de vereador Sivaldo Dias Campos (PT) sofreu atentado à bala. Ficou vários meses na UTI. Sobreviveu e ficou com várias sequelas. Nicássio era o terceiro-suplente e foi condenado como mandante do crime. De acordo com o processo, seu plano seria matar os suplentes para poder assumir a vaga de vereador. O tiro saiu pela culatra. (Romilson Dourado)

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