Campinapolis News
Por Patrícia Sanches e Andréa Haddad - RD News
09-Out-2009
Mesmo com o PMDB na base do governo do Estado, inclusive na cadeira de vice-governador com Silval Barbosa, o presidente regional da legenda, Carlos Bezerra, disparou duras críticas à gestão Blairo Maggi (PR). Na avaliação do peemedebista, o governador não cumpriu promessas de campanha e é autoritário. “Maggi não costuma ouvir as pessoas interessadas antes de tomar as decisões e isso pega mal”, afirmou Bezerra, nesta sexta (9), em entrevista ao programa Cidade Independente, da rádio Cidade FM.
Ele reclamou do fato do PMDB não possuir secretarias no primeiro escalão. “Temos apenas o Silval, mas não podemos atuar como muita ênfase porque não temos nenhuma pasta”. O deputado federal afirmou que o PMDB quer deixar de ser coadjuvante, já que a última vez que teve candidatura própria ao Palácio Paiaguás foi em 1986, quando ele próprio concorreu e ganhou para governador, ficando à frente do Estado até 1989. “Por isso que não abrimos mão da candidatura própria”.
Bezerra reforçou que a sigla pretende implantar políticas sociais, coisa que na avaliação dele não vêm ocorrendo na atual gestão, em que pese Maggi estar há mais de sete anos e meio no governo. Segundo o peemedebista, as ações sociais só foram prioridade durante sua gestão. “Mato Grosso é o único Estado do país, por exemplo, que não tem uma empresa de saneamento básico. Isso é um absurdo”. Segundo Bezerra, Maggi prometeu trabalhar em prol do saneamento, mas não cumpriu a promessa de campanha. “Tava no programa de governo e não cumpriu, fazer o quê? Não vou obrigar ninguém a cumprir”, cutucou. Ele argumenta que não é contra a municipalização da prestação do serviço, mas que é necessária a existência de uma empresa estadual que gerencie o sistema.
Sem papas na língua e não escondendo a insatisfação, Bezerra rasgou o verbo e criticou o caos na saúde pública em todo o Estado. “Antigamente, nós pensávamos antes de construir os hospitais. Agora está tudo bagunçado”. O deputado federal ponderou que os problemas na saúde não são exclusividade de Mato Grosso. “O presidente Lula nos deve duas coisas: reforma agrária e saúde”.
Ele criticou algumas ações da secretaria estadual de Saúde, comandada por Augustinho Moro, e fez elogios a Silval. “Nós precisamos voltar ao poder para colocarmos em prática as nossas políticas públicas”. Para o cacique, a administração Maggi teve muitos acertos, mas o governador peca ao ser extremamente centralizador. Demonstrou descontentamento com a imprensa, que o denomina de cacique do PMDB. “Não sou mão de pilão nem cacique, isso surgiu em Rondonópolis por um grupo político maldoso e alguns jornalistas seguiram essa linha por ingenuidade. Batem em mim sistematicamente”. (Patrícia Sanches e Andréa Haddad)
0 comentários:
Postar um comentário