segunda-feira, 13 de julho de 2009

Deputado Wellington Fagundes é citado como um dos financiadores do grileiro Gilbertinho

Campinapolis News
DA REDAÇÃO
13-Julho-2009
O deputado federal Wellington Fagundes (PR) foi citado em inquérito da Polícia Federal que investiga Gilberto Luiz de Resende, o “Gilbertinho”, apontado como chefe da organização criminosa de grilagem de terras na região do Araguaia, como um dos prováveis financiadores do esquema, junto com o vice-presidente da República, José Alencar, e o prefeito de Acreúna (GO), Vander Carlos de Souza.

De acordo com o inquérito de mais de 1.500 páginas, os três estariam “investindo” em Gilbertinho para beneficiar diretamente a indústria têxtil Coteminas, do vice-presidente José Alencar. O papel de Fagundes seria de articulador político. Até o momento, as investigações da Polícia Federal não encontraram nenhuma prova concreta que ligue os políticos ao grileiro, porém, o nome de Fagundes teria sido citado por capangas de Gilberto Rezende.

O superintende da Polícia Federal de Mato Grosso, Oslain Campos Santana, revelou que, somente com a prisão de Gilbertinho, poderá desmantelar o esquema de grilagem e, com isso, quebrar o braço político que o protege. Ele informou que as investigações continuam e há possibilidade de ter mais nomes de políticos envolvidos nesse esquema.

O deputado federal Wellington Fagundes disse que, em 2005, foi informado que Gilbertinho estava usando seu nome e do vice-presidente para vender terras griladas no Vale do Araguaia. O parlamentar, então, pediu para o vice-governador Silval Barbosa (PMDB), que estava governando interinamente, para pedir uma investigação à Polícia Militar sobre esse caso.

O Serviço de Inteligência da PM investigou e comprovou que os nomes de Fagundes e de José de Alencar eram citados pelo grileiro para dar credibilidade aos negócios e incentivar as pessoas a comprarem terras em áreas indígenas. Nas investigações, foi constatada a forma truculenta com que o coronel Adaildo Moraes (preso recentemente por envolvimento em crimes de grilagem e pistolagem exatamente na região do Araguaia) agia com os posseiros daquela área e, em virtude desse caso, o coronel foi transferido da região.

De acordo com Wellington Fagundes, por meio do governador Blairo Maggi (PR), entregou um dossiê ao vice-presidente José Alencar, informando que Gilbertinho utilizava o seu nome no esquema de grilagem e venda de terras e que, após essa primeira investigação, a Polícia Civil e a Polícia Federal entraram no caso e, na semana passada, deflagraram a Operação Pluma, que prendeu os principais articuladores desse esquema.

Fagundes revelou ainda que, mesmo Gilbertinho sendo de Rondonópolis, ele não tem nenhuma ligação ou vínculo societário com ele ou com algum dos políticos citados pela PF. Ele disse ainda que conheceu Vander Carlos em um hotel em Alta Floresta (806 km ao Norte de Cuiabá), mas nunca mais o viu. Curiosamente, José de Alencar tem várias terras na região indígena de Marãiwatsede (antiga Suiá-Missú), no município de Alto da Boa Vista, no Vale do Araguaia, e é dono da maior indústria têxtil do Brasil, a Coteminas, que funciona em Montes Claros (MG).

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