Presidente da Câmara, Deucimar Silva é um dos mais assediados pelo vereador
LUIZ ACOSTA
Desesperado ante a possibilidade cada vez mais real de ter seu mandado cassado pela Comissão de Ética da Câmara Municipal de Cuiabá, por quebra de decoro parlamentar, o vereador de primeiro mandato, Ralf Leite (PRTB), eleito em 5 de outubro do ano passado usa de todas as armas possíveis e imagináveis para tentar reverter a situação. Como se recorda, no dia 6 de fevereiro, Leite se envolveu com um travesti de 17 anos, num programa sexual, na região do Zero KM, em Várzea Grande , onde acabou sendo preso por uma guarnição da Polícia Militar e passou cerca de sete horas no Cisc do Parque do Lago, naquele município.
Sem alternativa, Ralf Leite passa parte dos dias na Câmara, pressionando os outros 18 vereadores para que assumam sua defesa e tentem “limpar a barra” para evitar que ele se enterre politicamente. A informação é de um vereador que, por questões óbvias, o MidiaNews não vai identificar e que também recebeu um pedido da mesma natureza por parte de Ralf Leite.
Na terça-feira (3), o vereador acusado de quebra de decoro revelou aos jornalistas que fazem a cobertura diária dos atos da Câmara Municipal, pela primeira vez, que teme ser cassado. Porém, numa tentativa evasiva de se justificar, questionou a possibilidade de cassação do seu mandato, afirmando que não roubou, ne matou ninguém.
É certo que ninguém tem nada a ver com o que o vereador faz, quando não está em horário de trabalho, da sua vida particular, porém, Ralf Leite precisa entender que, na condição de homem público, com representatividade legitimada pelo voto popular, deve haver um zelo especial pelas suas ações, por conta decoro parlamentar (conduta de quem ocupa mandato eletivo).
Algumas ações que são consideradas como falta de decoro parlamentar: utilizar expressões que configurem crime contra a honra ou que incentivem a prática de crime; abuso de poder; recebimento de vantagens indevidas; prática de ato irregular grave quando no desempenho de suas funções.
O vereador Ralf Leite incorreu em pelo menos uma dessas ações: abuso de poder, quando “peitou” a guarnição da Polícia Militar e “carteirou” todo mundo dizendo que era Bombeiro Militar, vereador etc. e tal. Sem contar com outras condutas nada recomendáveis, como dirigir embriagado, atentar contra o pudor e desacatar à autoridade.
Todas essas questões vão ser consideradas pela Comissão de Ética, que tem na presidência outro vereador de primeiro mandato, Everton Pop (PP), que, com toda certeza, vai ser duramente cobrado em suas ações, pela sociedade cuiabana, que está acompanhando o caso desde o início. Vale lembrar também que Pop foi o vereador mais votado da eleição de outubro, com 5.280 mil votos.
Não bastasse tudo isso, Ralf ainda pode se tornar o “bode expiatório” que vai pagar em nome da moralidade, até por crimes que não cometeu, como os ocorridos em legislaturas anteriores e que terminaram em pizza. Mesmo assim, ele aproveita qualquer chance para tentar permanecer no cargo. Se conseguir, vai ter muita dificuldade em sair da “ressaca moral”. Afinal,virou motivo de chacota na cidade.
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