segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Sob desgaste, Serys não recua da reeleição

Fonte: Rd News
Por Romilson Dourado
04-Jan-2010


Fernando Ordakowski

Serys Marly enfrenta embate no PT com Abicalil para garantir direito à recandidatura, mesmo atrás nas pesquisas


   A senadora Serys Marly (PT) chega aos 65 anos, a serem completados no próximo 4 de abril, determinada a enfrentar nas urnas de outubro deste ano um desafio político tão difícil quanto o que resultou na sua eleição para senadora, em 2002. Ela insiste na tese da reeleição, mas há dois complicadores no seu caminho. Primeiro, figura entre as "lanternas" nas pesquisas de intenção de voto, ou seja, hoje não teria a mínima chance de reconquistar o mandato. Ela costuma contrapor essa tese ao lembrar que em 2002 não era lembrada pelos institutos como favorita e conseguiu garantir a segunda vaga ao Senado. Segundo, no embate interno por uma das duas cadeiras no Congresso Nacional, Serys perde para o colega, deputado federal Carlos Abicalil, presidente estadual do PT.

    Como não abre mão da recandidatura, a tendência é que os petistas tenham que decidir nas prévias quem lançará para o Senado, se Abicalil ou se Serys novamente. A senadora se encantou com Brasília, onde detém poder e bom trânsito nos Ministérios e junto ao Palácio do Planalto. Por outro lado, acabou se distanciando das bases. Não consegue levar mais a rotina de quando era deputada estadual. Mudou também a postura política. Foi-se aquela Serys combativa. Na pele de deputada, ela liderava as massas junto com os sem-terra na luta pela reforma agrária, com bancários e servidores grevistas, enfim, com as minorias. Da tribuna na Assembléia Legislativa, Serys denunciava o governo do Estado. Fez oposição dura aos governos Jayme Campos (91/94) e Dante de Oliveira (1995/2002) e também no primeiro mandato da gestão Blairo Maggi (2003/2006). Costumava apresentar dossiê, cobrava reivindicações da classe operária e partia para o ataque a qualquer crítica que recebesse.

   Primeira mulher a ser eleita senadora por Mato Grosso, em 2002, quando obteve 574.563 votos, Serys está mais presente na burguesia, expressão muito utilizada nos movimentos de esquerda quando se referem aos abastados. Foi derrotada ao governo do Estado em 2006 e agora só pensa em esticar o mandato de senadora. Daqui a 10 meses os eleitores vão dizer "sim" ou "não" ao pleito de Serys, mas, claro, se ela conseguir consolidar seu projeto político, "patrolando" Abicalil.

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