quarta-feira, 17 de junho de 2009

Empresários de Mato Grosso são presos pela PF na fila de embarque

Campinapolis News
Por Edilson Almeida e José Ribamar
17-Junho-2009
Os empresários José Almiro Bihl e seu filho Ricardo Bihl, operadores do Curtume Araputanga, de Mato Grosso, foram presos às 6 horas no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, na “Operação Abate”, deflagrada pela Polícia Federal. Os dois estavam na fila de embarque de um vôo que partiu para Brasília. Há mais duas pessoas ligadas a grupos empresariais presas em Mato Grosso em cumprimento a mandado de prisão expedido pela Justiça Federal de Rondônia, que tenta desmontar um suposto esquema de crimes cometidos para favorecer frigoríficos, laticínios e curtumes.
A Polícia Federal não deu detalhes se Bihl seria o diretor do grupo econômico com sede em Mato Grosso apontado como responsável pelo pagamento de propinas a servidores públicos da Superintendência Federal da Agricultura em Rondônia, Banco da Amazônia, Ministério da Integração Nacional e Agência Nacional da Energia Elétrica. Funcionários da PF revelaram, por outro lado, que não há funcionários da Secretaria Estadual de Meio Ambiente envolvidos no esquema.
Os frigoríficos JBS e Margen também estão entre as empresas que teriam sido favorecidas por funcionários públicos em um esquema investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal em Rondônia. Entre os crimes que estariam sendo investigados estão formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e subtração ou inutilização de documentos públicos.
José e Ricardo Bihl comandam o Grupo Redenção, que havia entrado com um pedido de recuperação conjunto para suas nove companhias controladas, a Agropecuária Malp Administração e Participações, Curtume Araputanga, Curtume Jangadas, Frigorífico Araputanga, Frigorífico Redentor, Redenção - Indústria, Comércio, Importação e Exportação de Couros, Agropecuária Serra Azul, Curitiba Agropecuária Indústria e Comércio e J.P.M.B. Indústria e Comércio. As dívidas totais do grupo somam cerca de R$ 60 milhões, ante um faturamento conjunto que alcançou cerca de R$ 100 milhões. Todas as operações do grupo, sempre ligadas à carne bovina, a principal atualmente envolve os curtumes. São duas unidades nesta frente, localizadas nos municípios de Jangada e Araputanga, em Mato Grosso.
No caso do Frigorífico Araputanga, uma das nove empresas controladas, está em discussão na Justiça um impasse que se seguiu ao arrendamento da unidade no município ao JBS-Friboi, em 2001. A disputa entre o JBS e o Redenção (na época o frigorífico em questão era chamado de Frigoara) se arrasta desde 2002. Na briga pelo controle da unidade, afirma Emerenciano, o Grupo Redenção pleiteia o pagamento de R$ 150 milhões. Esta disputa judicial veio à tona após suspeitas - não comprovadas - de que o conglomerado teria cometido fraude na obtenção de recursos da Sudam para seus planos de expansão.
José Bihl chegou a ser acusado de crime de falsidade ideológica, está respondendo a inquérito policial em duas cidades diferentes -- um Araputanga e o outro em Várzea Grande, ambas em Mato Grosso. Em dezembro de 2006, o Conselho Deliberativo do Fundo Emergencial da Febre Aftosa de Mato Grosso (Fefa/MT) agraciou Bihl com o título de Honra ao Mérito em reconhecimento aos relevantes serviços prestados no combate à febre aftosa no rebanho mato-grossense quando conselheiro do Fefa/MT.

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