segunda-feira, 15 de junho de 2009

Caminhão da Funai capota, mata 6 índios e deixa 23 feridos

Campinapolis News
Por Ronaldo Couto
15-Junho-2009


Um caminhão que transportava indígenas da nação Bororo perdeu o freio pela MT-110, em Novo São Joaquim, veio a capotar e provocou a morte de 6 índios e deixou 23 feridos. A tragédia aconteceu neste domingo, por volta de 14h30, no km 16 da rodovia estadual. O acidente mobilizou as polícias Civil e Militar e a Funai. O clima é de consternação, principalmente junto à comunidade Bororo - veja fotos clicando em ler mais ao lado....


O coronel Valdemir Benedito Barbosa, comandante da Polícia Militar no Araguaia, revela que os índios estavam sendo transportados na carroceria de um caminhão Mercedez Benz, HBE-8868 de Aragarças. Trata-se de um pau-de-arara" da Funai, utilizado para atender os indígenas. Numa ladeira, o motorista entrou em desespero quando percebeu a falta de freios. Não conseguiu controlar o caminhão que veio a capotar e ficou completamente destruído, principalmente a parte da cabine.

Faleceram 5 adultos, sendo eles Raiane Bororo, Maria Goreth Bororo, Laura Bororo, Rafael Bororo e Inácia Bororo. A sexta vítima é uma criança do sexo feminino, que ainda não foi identificada. Os sobreviventes foram encaminhados por ambulâncias de Novo São Joaquim para Campinápolis, Nova Xavantina e também para o hospital regional de Barra do Garças. Os corpos serão transladados para o IML de Barra do Garças. No local do acidente, o coronel Barbosa disse que os policiais Silas, da PM e os agentes civis Haroldo e César tiveram o apoio da comunidade para socorrer os feridos.

Barbosa destaca que os índios são sempre alertados sobre o risco de acidentes devido à precariedade dos caminhões e caminhetes utilizados por ele, mas, eles só dispõem desse tipo de transporte. Na região há diversas aldeias das comunidades Bororo e Xavante, com aproximadamente 12 mil índios. A maioria está situada em Campinápolis e Novo São Joaquim. A Funai e a Funasa foram acionadas para auxiliar no atendimento aos feridos. Em Barra do Garças, existem dois hospitais para atender os índios.

Funai e Funasa devem explicações sobre tragédia que tirou a vida de indígenas

A Funai que tem a missão de estar ao lado dos povos indígenas na luta pela demarcação de suas terras e pela sua ascensão político-cultural na sociedade brasileira, e a Funasa, com a atribuição de atuar nas ações de saúde pública dos índios, promovendo a inclusão social, deveriam ser responsabilizadas, inclusive criminalmente, pela tragédia deste domingo em Novo São Joaquim. É inadimissível que esses órgãos recebam tantos recursos para fornecer estrutura e apoio logístico aos índios e não cumprem o seu papel. São constantes os protestos nas aldeias por falta de apoio.

É condenável sobre todos os aspectos o governo federal, através da Funai, disponibilizar um caminhão pau-de-arara "todo arrebentado", ou seja, sem a devida manutenção para o serviço de transporte. Essa irresponsabilidade ceifou a vida de 6 pessoas e mais de 20 estão nos hospitais com ferimentos por causa do acidente com um caminhão desgovernado na MT-110.

A reclamação dos índios de um modo geral é uma só: não têm do Estado brasileiro a atenção de que necessitam, sobretudo na área de saúde. Suas comunidades vivem abandonadas. Eles cobram escolas, professores, postos de saúde, hospitais, médicos e auxiliares, estradas trafegáveis, transporte, energia elétrica e incentivos agropecuários. Quase nada recebem das reivindicações. A irresponsabilidade está matando nossos indígenas. (Romilson Dourado)
















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