segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Presidente do PMDB joga para "queimar" Silval; Pátio ajuda

Campinapolis News
RD News
19-out-2009


No comando do PMDB estadual há quase duas décadas, o cacique Carlos Bezerra se tornou, por incrível que pareça, uma pedra no sapato do aliado Silval Barbosa, pré-candidato do próprio partido ao Palácio Paiaguás. Para complicar a vida partidária do vice-governador, o prefeito rondonopolitano Zé do Pátio avisou publicamente que não o apóia, mas sim o tucano Wilson Santos. Bezerra e Pátio, embora pareçam estar distanciados, demonstram atuar juntos nos bastidores para tirar Silval da jogada. No fundo, o sonho de Bezerra seria estar pré-candidato no lugar de Silval. Mas, como enfrenta forte desgaste eleitoral, busca dificultar a ascensão do colega peemedebista, bloqueando a chance de surgimento de novos líderes no partido.

 Fernando Ordakowski
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Carlos Bezerra, cacique do PMDB, cria obstáculos para ascensão da candidatura de Silval ao Paiaguás

   Enquanto de um lado Silval, com apoio do governador Blairo Maggi (PR), se desdobra na esperança de buscar e ampliar alianças, Bezerra, na outra ponta, movimenta o contrário. Mesmo o PMDB na base do governo Maggi, ele tem feito críticas à chamada turma da botina e, ao ser questionado sobre alguns republicanos que não aceitam aderir a candidatura Silval, o deputado federal contrapõe, sob argumento de que essa resistência parte de uma minoria insignificante do PR, da qual faz parte Luiz Pagot, diretor-geral do Dnit e afilhado político de Maggi - saiba mais aqui.

   Bezerra ainda vive o sonho fantasioso de que fora um dos melhores governadores, principalmente na área social e na educação. Ele comandou o Estado de 87 a 89 e, em quase todas entrevistas, faz questão de enaltecer sua gestão. Já sobre o governo Maggi, mantém linha crítica. Afirma, por exemplo, que o governador não cumpriu promessas de campanha e que atua com autoritarismo porque, sequer, ouve as pessoas antes de tomar decisões. Ataca ainda o fato do PMDB não ter representantes no primeiro escalão, com exceção do vice Silval.

   A quatro meses de assumir a cadeira de governador, já que Maggi pretende renunciar ao mandato até fevereiro para um período de descanso e depois entrar na campanha de senador, Silval Barbosa enfrenta três grandes desafios: montar o quebra-de-cabeça com os partidos visando composição do secretariado, contornar a crise no PMDB e viabilizar sua candidatura ao Paiaguás. Por enquanto, vive de balde com água nas mãos para apagar incêndios espalhados ora por Bezerra, ora pelo prefeito Pátio, que conduz o terceiro maior município mato-grossense.

   Críticas e alerta

    Na semana passada, o secretário-chefe da Casa Civil e de Comunicação, Eumar Novacki, disse que Silval está sendo alvo do próprio presidente do PMDB. Entende que Bezerra, ao atacar o governo Maggi, atinge o principal cabo eleitoral do pré-candidato peemedebista e isso pode até inviabilizar o projeto majoritário. Afirma que são críticas sem sentido e que soam como estranhas num momento em que o governador tem reforçado o nome de Silval como seu candidato. Considera que Bezerra tem contribuído pouco para com o nome de Silval e que, aliás, mais atrapalha do que ajuda. Diz até que Bezerra representa a voz do PMDB antigo, dos escândalos no Congresso Nacional e que teme o surgimento de novas lideranças.

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