terça-feira, 22 de setembro de 2009

Acuado para romper com Santos, Jayme impõe condições

Campinapolis News
Rd News
22-Set-2009
Senador Jayme Campos se esquiva da ideia de disputar a governador e revela, em reunião, que só aceitaria abandonar acordo com o tucano Wilson Santos, se o candidato ao Paiaguás fosse o seu amigo José Riva

Em meio às articulações de bastidores e o temor de conspiração, Wilson Santos e Jayme Campos chegaram a selar um acordo com regras para estabelecer aliança entre PSDB e DEM, uma delas quanto à definição da candidatura do grupo a governador. Eles "amarraram" entendimento, no sentido de encomendar, em março, uma pesquisa sobre intenção de voto. O nome que melhor pontuar na amostragem será candidato ao Palácio Paiaguás, com apoio do outro que aparecer em desvantagem.

A revelação sobre o acordo foi feita pelo próprio senador Jayme Campos, numa reunião recente em sua residência, em Várzea Grande, com membros das cúpulas do DEM, PP, PPS e com participação da bancada do PSDB na Assembleia. No encontro, Jayme foi pressionado para romper com o prefeito cuiabano Wilson Santos, pré-candidato da sigla tucana à sucessão estadual, e liderar projeto próprio, com promessa de contar com apoio do PP e do PPS, além do próprio DEM. Os defensores de seu nome em chapa majoritária alertaram o fato de já ter sofrido oposição dura de Santos, quando este era deputado estadual, e que isso poderia trazer desgaste. Outros disseram que Jayme "possui força e base no interior" e que contaria com respaldo da classe politica.

O deputado Roberto França (sem partido) foi um dos que bateram duro em defesa do nome de Jayme para governador, em detrimento do tucano Wilson Santos. Estavam presentes, além do próprio Jayme e França, os deputados José Riva, presidente da Assembleia e cacique do PP, os tucanos Guilherme Maluf e Chica Nunes, e ainda Sérgio Ricardo (PR), Percival Muniz, que preside o PPS estadual, e o ex-senador Júlio Campos (DEM).

Diante da pressão para assumir projeto próprio, com compromisso de contar com aval das lideranças ali presentes, Jayme Campos abriu o jogo. Disse que fez acordo com Santos para, em março do próximo ano, sair uma candidatura majoritária, a partir do resultado de pesquisa, e que, como já havia dado a palavra ao prefeito não poderia recuar. Em seguida, para surpresa geral, o senador lançou uma condicionante: "Eu só abandonaria esse acordo com o Wilson se o Riva topar ser candidato a governador. Aí, eu iria no prefeito e justificaria a mudança de posição por ter uma boa aproximação com o Riva".

Nesse momento, José Riva, que está no quarto mandato de deputado, desconversou sobre o assunto. Alegou que não estava preparado para uma candidatura ao Paiaguás e devolveu a missão para Jayme, reforçando o nome do democrata para à sucessão do governador Blairo Maggi. Como Riva não topou o desafio, Jayme conseguiu, mesmo sob pressão, se segurar no discurso de que já fechou entendimento com o prefeito cuiabano, inclusive seguindo tendência nacional de aliança nos Estados entre PSDB e DEM. (Romilson Dourado)

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