Publicado por Kassu - 29/03/2009 às 20h08
AGUA BOA NEWS
Cimi Entre janeiro e fevereiro de 2009 morreram 17 Xavante, sendo 14 crianças, na terra indígena Parabubure, próxima à cidade de Campinápolis, no Mato Grosso. Segundo missionários do Cimi, as mortes ocorreram em função de falhas no atendimento à saúde dos indígenas. A falta de transporte para o trabalho de prevenção e deslocamento dos doentes é uma das graves deficiências na assistência à saúde na região.
A maior parte das crianças apresentava sintomas típicos de desidratação, pneumonia e desnutrição, de acordo com a equipe do Cimi. Uma das crianças que estava desnutrida e com pneumonia faleceu, pois não havia veículo para levá-la até uma unidade de tratamento.
Os Xavante da terra Parabubure são atendidos pelo pólo de Campinápolis, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O Pólo atende uma população de 5453 Indígenas Xavantes de 96 aldeias (segundo dados do Censo de 2006). Em três das microáreas do Pólo, as equipes de saúde estão incompletas e faltam materiais e medicamentos básicos, como dipirona e soro oral. Além disso, há somente um carro para o trabalho do Pólo. No entanto, na época das chuvas, o veículo quebra com freqüência.
Na avaliação dos missionários que trabalham com os Xavante, se os enfermeiros e médicos pudessem se deslocar para tratar das pessoas nas aldeias, eles poderiam evitar que a situação de vários doentes se agravasse. Outro problema apontado é o estado da Casa de Assistência do Índio (CASAI), onde os doentes e seus acompanhantes se alojam quando recebem tratamento na cidade de Campinápolis. “Não há colchões suficientes e os poucos que existem estão em péssimas condições de uso; os sanitários são extremamente precários e com mau cheiro; as instalações elétricas e os banheiros estão danificados; o telhado está furado, não oferecendo proteção real quando chove.”, afirma em nota a equipe do Cimi.
José Henrique, coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xavante, ao qual o Pólo é ligado, informou que não há previsão para se fazer um reforma geral na Casai, pois não há verba para manter os indígenas e seus acompanhantes na cidade em no período necessário para a reforma. Afirmou que há planos de se construir uma nova Casai, mas ainda sem data. O diretor assumiu o DSEI em dezembro de 2008 e não falou sobre os óbitos, pois não tinha informações sobre os dados apresentados.
A situação dos Xavante de Parabubure já foi denunciada ao Ministério Público Federal.
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