Fonte Correio Brasiliense
Por Luiza Seixas com adaptações
12-Jan-2010
Movimento quer audiência com Lula e Tarso Genro para discussão do decreto 7.056 - que trata da reestruturação da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Aproximadamente 500 índios de pelo menos dez tribos brasileiras continuam a protestar na manhã desta terça-feira (12/01) em frente à Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília.
Cerca de 2 ônibus de Xavantes saíram de Campinápolis com destino á Capital Federal, onde os indígenas são liderados pelo o vereador Jeremias Xavante. Os mesmos não aceitam a decisão tomada pelo o Presidente Lula. Os manifestantes são contra o decreto 7.056, assinado pelo presidente Lula em 28 de dezembro, que reestrutura o funcionamento da entidade. Ao todo, 15 administrações serão fechadas ou reestruturadas em diversos estados do país. Entre elas, Mato Grosso, Paraíba e a do Recife. A FUNAI de Campinápolis corre o risco de ser fechada para restauração, é isso que movimenta os protestos dos índios Campinapolenses.
Para o vereador Jeremias Xavante, o presidente não ouviu os indígenas sobre está situação, mas ele tem que respeitar o nosso direito mediante está situação. "Queremos revogar essa medida, que foi tomada sem que pedissem a nossa opinião. Nós, índios, ficamos desnorteados com esse decreto", ressaltou o representante Jeremias Xavante.
Os índios pedem a renúncia do presidente da Funai, Márcio Meira, e uma audiência com o presidente Lula e o ministro da Justiça, Tarso Genro. Nesta segunda, o protesto ainda não havia ganhado as dimensões atuais: 200 índios se aglomeravam em frente à sede da instituição. Segundo a Funai, Meira está disposto a conversar ainda hoje com representantes das manifestações, desde que eles estejam organizados em um pequeno grupo. Mas os indígenas dizem que não querem um encontro com Meira. Preferem conversar diretamente com o presidente da República e com o ministro da Justiça.
Os índios passaram a noite em frente ao prédio, na Asa Sul. A administração regional da Funai de João Pessoa foi fechada pelo decreto.
Já a terceira maior população de índios do Brasil - os cerca de 40 mil assistidos pela administração pernambucana - passará, a partir do decreto, a ser atendida pelas unidades de Fortaleza, Maceió e Paulo Afonso.
Já a terceira maior população de índios do Brasil - os cerca de 40 mil assistidos pela administração pernambucana - passará, a partir do decreto, a ser atendida pelas unidades de Fortaleza, Maceió e Paulo Afonso.
A administração da Funai, ano de criação da Funai. A decisão tomada pelo presidente Lula foi uma surpresa para as lideranças indígenas e até mesmo para os servidores, que devem ser removidos ou distribuídos em outras unidades. Isso porque Recife sempre foi considerado um centro estratégico para a elaboração da política indigenista no Nordeste. A capital pernambucana sediou, apenas em 2009, quatro grandes encontros estratégicos das comunidades do Leste/Nordeste. No total, 11 comunidades eram atendidas diretamente pela administração do Recife.
A reclamação dos índios é de que a distância territorial das aldeias em relação às unidades que passarão a assisti-los deve dificultar ou sepultar conquistas históricas dos povos. No entanto, segundo a assessoria de imprensa da Funai, está havendo um erro de interpretação. O órgão afirma que a unidade pernambucana não será fechada, mas reestruturada, e passará a ser uma coordenação técnica.
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